sexta-feira, 3 de junho de 2011

Para meu amigo do peito, Andrei

Estive esses dias pensando em ti meu amigo. Por isso escrevi esse poema de todo o meu coração. Mil beijos.
Espero que goste =D


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Andrei,
Há dias, ando confusa
Pensamentos vagos
Procurando por algo
Que desconheço.

Os dias aqui são quentes,
As manhãs acinzentadas
-E sem sol-
É tudo tão descolorido.

Releiosuas cartas - choro -
Tento buscar nas tuas frases
um pouquinho de ti, do teu cheiro,
Será que vai demorar muito,

Pra eu sentir teu beijo
No meu rosto outra vez?
E o teu abraço despreocupado
Me consolando com palavras doces?

Há dias meu peito dói...
Dor de saudade
Preciso tanto respirar tranquila...
Será que vai demorar muito?
Amor, preta.


Espero que tenha gostado amor ^^
Mil beijos

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Insônia I, à procura

Capítulo II Gabriela E Juliano
Parte 2


Os dias passavam rapidamente, já era quase inverno, Beatriz se divertia com o frio, sempre quisera saber como era sentir frio de verdade. Era domingo, acordara tarde como sempre fazia, havia um cheiro bom de carne assando, era seu pai fazendo churrasco, Beatriz adorava churrasco, mas não estava com vontade de comer nada naquele dia e não tinha vontade nem de sair do quarto. Estava profundamente deprimida e desta vez sabia que era mais um daqueles dias de recordações involuntárias, nesses dias tudo o que queria era escutar uma voz sequer, sentir um cheiro, que a lembrasse de seus amigos, principalmente de Carolina. Sua amiga inseparável lhe fazia muita falta. Escorriam-lhe lágrimas pelo rosto agora, lembrava-se da música que as duas cantavam juntas, uma deitada ao lado da outra no chão da sala do antigo apartamento de Beatriz: “Eu sei a palavra que você deseja escutar, você é o segredo que eu vou desvendar...”. Não, Beatriz sinceramente não estava para sorrisos naquele dia de domingo.

E finalmente admitia que seus amigos tivessem razão em achá-la uma garota triste, por que ela não sabia exatamente o que fazer para mudar isso. Tudo o que conseguia sentir era uma dor, uma tristeza que não tinha concerto, mesmo que fizessem de tudo para fazê-la sorrir, nada a conseguia fazer feliz, nem mesmo aquelas pessoas maravilhosas que tinha o prazer de ter encontrado. Poderiam tê-la encaixado em qualquer outra turma naquela escola, mas a colocaram justamente na turma de Juliano, Eva, Gabriela e Taís... Haveria algum motivo em especial? Estariam os seus destinos traçados para sempre? Assim como estavam os corações apaixonados? Um na vida do outro para todo o sempre haja sorriso, haja lágrimas, mesmo que haja dor e despedida, despedida que Beatriz sabia que aconteceria dali uns quatro anos quando fosse embora outra vez. Aquela depressão de domingo a estava deixando sem fome. Aquela incerteza a tirava da cama com a certeza de que a felicidade estava muito longe daquele coração que há muito tempo a deixava sorrir com a boca, mas não com a sinceridade do olhar.

XXXX

Insônia I, à procura

Capítulo II Gabriela E Juliano
Parte 1



Havia se passado um mês desde o começo das aulas, Beatriz já havia se acostumado com a cidade, com a escola, com sua nova casa e com seus amigos, era estranho para ela pensar que poderia gostar de alguém outra vez, como gostava de Eva e Gabriela. Apesar de não ter tido uma boa impressão desta ultima em seu primeiro encontro, mudara totalmente de idéia, ao se aproximar dela, afinal eram colegas de sala.

Eva era uma garota um poço difícil às vezes, gostava de estar sempre na liderança da situação e tinha um poder de ser incrivelmente manipuladora, mas isso em nada afetava o relacionamento de Beatriz para com ela, ao contrário, se davam muito bem e Beatriz falava de seus amigos em Fortaleza e de sua ligeira paixão platônica por um colega de sala, Alessandro. Alessandro parecia um anjo aos olhos de Beatriz. Seus olhos eram tão azuis e tão chamativos, às vezes ela se pegava olhando para ele de uma forma ridícula. Enfim, Eva era encantadoramente animada, divertida e muito bonita, embora não soubesse ainda como valorizar a sua beleza – talvez nem saiba realmente que é bonita – pensava Beatriz.

Gabriela tinha os olhos de uma cigana oblíqua e dissimulada – Beatriz pensava sempre no trecho de um livro muito antigo, Dom Casmurro –

Beatriz gostava dela, e alguma coisa a fazia pensar que aquela garota bonita e deprimida, estava sempre a vigiando com seu olhar. Ela não conseguia olhar para Gabriela sem reparar naqueles olhos, tinha uma necessidade de sempre falar-lhe olhando nos olhos. Seu coração disparava às vezes. Nem entendia o por que. A cigana era totalmente diferente de Eva, tanto mentalmente, quando fisicamente, enquanto Eva falava alto e andava por todos os cantos alegre e louca com seus cabelos lisos e castanhos, um corpinho pequeno e frágil, Gabriela preferia passar um tanto despercebida, falava bem e conversava muito, mas algo nela era diferente, havia algo nela que falava alto mas não emitia som algum. Seus cabelos eram cacheados e pretos, seu corpo não era o de uma deusa grega, mas ela era bonita demais embora não se valorizasse muito nesse sentido, tinha os seios fartos, Beatriz também reparava muito neles, e sua voz às vezes tinha um tom cínico e provocante. Poucos meses depois se tornariam melhores amigas.

Aquele mês de abril era agradável, era quase outono e tanto as noites como as manhãs eram frias e acinzentadas, mas as tardes eram quentes. Foi numa dessas manhãs – quase ao meio dia – que conheceu Juliano e Taís nos trilhos, a aula havia acabado, estavam a caminho de casa. Os dois eram seus colegas de sala, mas ainda não tinha muito contato com eles. Juliano era um menino magrinho, baixinho, branquinho, lindo demais, uma gracinha, era o garoto mais novo da turma, foi amor a primeira vista. Logo ele e Beatriz eram praticamente amigos de infância. Taís era baixa, tinha o cabelo enorme e um corpo lindo. Era dançarina, dançava em um grupo tradicionalista. Os dois eram

vizinhos de Beatriz, Juliano morava no fim da rua – que só tinha duas quadras – e Taís morava em frente à casa de Beatriz.

A partir do encontro nos trilhos, em que Taís e Juliano convidaram Beatriz para irem juntos para casa, se tornaram também quase inseparáveis. Todos os dias iam para a escola juntos e voltavam para casa juntos. Com Taís, Beatriz conversava sobre todo o tipo de coisa, e com Juliano, geralmente a conversa girava em torno de um assunto só, mas era muito descontraído.

Na sala de aula já sentavam um ao lado do outro: Juliano, Gabriela, Eva e Beatriz. Algo que Taís tinha contra Eva, fazia com que esta preferisse se afastar de nós quatro durante as aulas. Juliano e Eva pareciam gêmeos siameses, andavam grudados – literalmente falando – enquanto Gabriela e Beatriz se aproximavam cada dia mais. Era uma amizade divertida.

Era maio, aniversário de Juliano. Por algum motivo Eva e Gabriela não puderam ir para a pequena comemoração que ele fez em sua casa, era uma noite chuvosa e fria. Taís e Beatriz foram até a casa de Juliano dar-lhe os parabéns e foram convidadas a ficar, o pai de Juliano deu uma escolha a Beatriz: vinho ou refrigerante... Ela escolheu o vinho. Nunca em sua vida tinha bebido, a não ser uns dois ou três goles da cerveja do pai, que pegava sempre sem que ele soubesse, naquela noite bebeu dois copos de vinho, o que foi o suficiente para que sentisse uma tontura que nunca havia sentido antes. Seus olhos queriam se fechar, mas a euforia tomava conta de si, não sabia exatamente o que estava

fazendo. Começou a olhar para Juliano de uma maneira diferente, queria beijá-lo, nem sabia por que, afinal eles eram amigos. Juliano pegou um colchão e jogou no chão - sabe-se la por que – e deitou-se em cima dele. Beatriz teve a súbita idéia de jogar-se em cima de seu amigo pra fazer sei lá o que, nunca tinha bebido e não sabia por que tinha vontade de beijar as pessoas. Aproximou-se então devagar de seu amigo estirado no colchão, este a essa altura do campeonato já sabia muito bem do que se tratava a situação e parecia pouco a vontade. Beatriz tinha seu corpo neste momento exatamente colado ao de Juliano, beijou-lhe o rosto, o pescoço, disse-lhe algumas palavras vãs e depois lhe beijou nos lábios. O gosto do vinho misturando-se ao gosto da saliva de Juliano, ela sabia que estava sendo agradável para ele, dava para sentir, seu corpo se encarregou de dar os sinais. Taís se divertia com a cena enquanto escrevia algo no diário de Juliano exatamente na data daquele dia de maio de dois mil e sete.

Beatriz não sentiu nenhum constrangimento quando se levantou de cima do corpo de seu amigo. Nem sabia o que estava sentindo, para falar a verdade. O vinho estava lhe causando dores de cabeça, logo, ela e Taís foram embora, deixando de lado os comentários sobre o ocorrido. Beatriz chegou em casa, levou uma bronca dos pais por ter chegado tarde, broncas que entraram por um ouvido e saíram pelo mesmo ouvido – ela tinha dificuldade em escutar essas coisas. – E foi dormir. Desta vez não com lágrimas nos olhos como já fazia há tempos, mas sim com um sorriso nos lábios. Um sorriso malicioso nos lábios.

X X X X