quarta-feira, 20 de abril de 2011

Insônia I, à procura

Capítulo II Gabriela E Juliano
Parte 2


Os dias passavam rapidamente, já era quase inverno, Beatriz se divertia com o frio, sempre quisera saber como era sentir frio de verdade. Era domingo, acordara tarde como sempre fazia, havia um cheiro bom de carne assando, era seu pai fazendo churrasco, Beatriz adorava churrasco, mas não estava com vontade de comer nada naquele dia e não tinha vontade nem de sair do quarto. Estava profundamente deprimida e desta vez sabia que era mais um daqueles dias de recordações involuntárias, nesses dias tudo o que queria era escutar uma voz sequer, sentir um cheiro, que a lembrasse de seus amigos, principalmente de Carolina. Sua amiga inseparável lhe fazia muita falta. Escorriam-lhe lágrimas pelo rosto agora, lembrava-se da música que as duas cantavam juntas, uma deitada ao lado da outra no chão da sala do antigo apartamento de Beatriz: “Eu sei a palavra que você deseja escutar, você é o segredo que eu vou desvendar...”. Não, Beatriz sinceramente não estava para sorrisos naquele dia de domingo.

E finalmente admitia que seus amigos tivessem razão em achá-la uma garota triste, por que ela não sabia exatamente o que fazer para mudar isso. Tudo o que conseguia sentir era uma dor, uma tristeza que não tinha concerto, mesmo que fizessem de tudo para fazê-la sorrir, nada a conseguia fazer feliz, nem mesmo aquelas pessoas maravilhosas que tinha o prazer de ter encontrado. Poderiam tê-la encaixado em qualquer outra turma naquela escola, mas a colocaram justamente na turma de Juliano, Eva, Gabriela e Taís... Haveria algum motivo em especial? Estariam os seus destinos traçados para sempre? Assim como estavam os corações apaixonados? Um na vida do outro para todo o sempre haja sorriso, haja lágrimas, mesmo que haja dor e despedida, despedida que Beatriz sabia que aconteceria dali uns quatro anos quando fosse embora outra vez. Aquela depressão de domingo a estava deixando sem fome. Aquela incerteza a tirava da cama com a certeza de que a felicidade estava muito longe daquele coração que há muito tempo a deixava sorrir com a boca, mas não com a sinceridade do olhar.

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