quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Capítulo 5

A descoberta.




-Como ele passou a noite? -Perguntei a mãe de Joe.
-Melhor, mas ainda não saiu do coma... -Falou ela olhando Joe através da porta de vidro da UTI. -Eu estou com muito medo, Nicolas... -Falou com lágrimas nos olhos. -Eu não sei o que vou fazer, somos só eu e ele.
-Eu ainda não engoli essa história... Como isso foi acontecer com ele? Sempre foi tão forte, isso não faz o menor sentido! -Falei indignado.
-Eu estou cansada, mal me aguento de pé. -Falou Denise, como se estivesse aguentando um fardo enorme nas costas.
Uma semana já havia se passado e Joe não acordara ainda, talvez ouvisse tudo o que falávamos perto dele, mas o certo era que o desespero tomava conta de minha cabeça cada vez que, ao menos pensava que poderia perder para sempre aquela criatura. Essa idéia me torturava todos os dias, desde que percebi que a única pessoa que significava algo de real para mim era ele.
Os médicos não sabiam explicar muitas coisas sobre a doença de Joe, diziam apenas que ele estava se recuperando e que precisava de muito repouso, mas ele nem ao menos tinha cordado.


****


Cinco meses haviam se passado, mudei-me para uma escola pública pois os meus pais tinham perdido tudo por conta do aumento dos custos e da baixa valorização da moeda nacional. A empresa de carros do meu pai estava totalmente falida e cheia de dívidas, enquanto minha mãe reclamava de um lado e meu pai de outro, eu passava tardes inteiras estudando no quarto de Joe que despertara há três semanas do coma -não podia mexer nenhum músculo-, seus olhos quase sempre fitavam algo dentro daquele quarto, algo que eu não sabia ao certo se teria algum de tipo de existência própria. Todo aquele quarto, tudo dentro dele, parecia-me um tanto obscuro, era como se tivesse algo a me dizer... mas não podia era apenas matéria.

O mês de julho estava se aproximando, eu completaria dezesseis anos de vida. "Apenas uma data qualquer", eu pensava, talvez a melhor coisa que poderia me acontecer seria uma palavra de Joe, um sorriso, por Deus qualquer sinal valeria a pena naquela data tão indiferente naqueles difíceis tempos.
Algumas semanas antes de meu aniversário, meu desejo tornara-se enfim realidade. Joe acordou repentinamente bem, com uma certa dificuldade para caminhar pois passara muito tempo sem se movimentar, mas falava muito bem, ria e contava suas piadas infames como sempre fora, estava aparentemente bem. Eu não sabia ao certo o que os médicos tanto conversavam com Regina, a mãe de Joe, mas sabia que não era nada bom. Certa vez fiquei ouvindo a conversa do neurologista de Joe com a mãe e Denise -a irmã de dele-, as notícias não me pareciam nada agradáveis.
-É apenas uma melhora sem muitos resultados, sinto muito por isso, mas não sabemos de mais nada. -Falou o médico.
-Mas e se levarmos ele para o exterior? -Perguntou Denise.
-Acho que não adiantaria muito. Afinal o problema dele é muito mais complexo do que podemos imaginar. Eu já fiz contado com vários médicos do mundo inteiro, ele é a nona pessoa na história do país a sofrer desse mal. -Falou o médico.
-O meu filho está ótimo doutor. Acordou muito bem. Nunca o vi tão bem assim, desde que chegamos à esse hospital. -Disse Regina com um tom meio desesperado em sua voz.
-Mas nós não sabemos o que pode ser dele depois. -Falou o médico.
- O quê? -Falou Regina. -"Nós não sabemos o que vai ser dele depois" ? Então é isso que o senhor tem para me dizer... que não sabe o que vai ser do meu filho?! -Falou ela aumentando o tom de sua voz.
-Não é preciso se exaltar. Vocês precisam manter a calma, ok? -Falou o médico. -Venham, vou lhes mostrar onde, exatamente, está o problema de seu filho.
E saiu conduzindo as duas a uma sala, fechando a porta atrás de si.

Continua...

Um comentário:

Muni disse...

meu deeeeeeeeeus, como você é má!!!!!!!!
a história sempre pára onde não é pra parar xD
atualiza!!
e o q é q o pobre rapaz tem??
ele vai morrer??
ah, e vê se passa no status xD
bju
teh +
o/*